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  • Foto do escritorBruna

11.12 Dia do Engenheiro

Eu nunca quis ser engenheira. De verdade, esta nunca foi uma opção.


Por volta dos 13 anos, ali na oitava série, escrevi um conto que encantou minha professora de redação. Embora os críticos mais atentos – minha irmã – tenham identificado certa semelhança entre o meu enredo e um trecho da história de Avalon High, de Meg Cabot, Tia Bel – a professora – me encheu de elogios. Não só isso: me fez passar o texto a limpo para que ela pudesse tirar uma cópia e mostrar a outras colegas de docência. Lembro até de ter sugerido inscrevê-lo em um concurso de redação que haveria dali a algum tempo, mas sobre isso eu não recordo detalhes.

 

Nos primeiro e segundo anos do ensino médio, já em outra escola, o relacionamento com a nova professora de redação também foi promissor. Colegas de turma chegaram a pedir que eu dividisse com eles os pontos extras que tinha acumulado (um afago e tanto ao ego). No terceirão, o cenário não foi tão parecido ao das séries anteriores e eu passei os bimestres me equilibrando com notas 7,0 e, male male, 8,0.

 

O fato é que, da oitava ao segundo ano, depois de toda a comoção com uma história pouco original, eu estava certa de qual profissão seguiria para o resto da vida. Queria trabalhar escrevendo e Jornalismo parecia ser a carreira perfeita para mim. Meus pais, no entanto, discordavam e o principal argumento deles era a dificuldade que eu enfrentaria para me estabelecer no mercado de trabalho, ainda mais depois de terem retirado a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. O ponto era bastante relevante e, somado à minha insegurança, me fez mudar de ideia. Porém, se o problema era ficar sem emprego, optaria por uma área que tivesse cobertura na minha própria família.

 

Prestei vestibular em 2010, ano em que terminei o colégio, para três faculdades e, ironicamente, para três cursos: Arquitetura, a nova profissão escolhida, aquela que não me deixaria na mão, na UFPE; Engenharia Civil na UPE; e Direito em uma faculdade particular porque a inscrição era de graça para os alunos da minha escola. Fiquei em segundo lugar em Direito e, enquanto esperava o remanejamento das outras, frequentei as aulas por um mês.

 

Pouco depois do carnaval de 2011, recebi a notícia de que havia sido aprovada em Engenharia Civil. Mesmo não sendo uma opção real (eu nunca fui boa em matérias exatas), como se tratava de uma universidade pública, não dava para deixar a oportunidade passar. Fiz a matrícula e pretendia cursar o semestre e prestar para Arquitetura novamente no final do ano, o que nunca aconteceu.

 

A Engenharia me trouxe amigos, me fez chorar, me abriu portas, me fez duvidar da minha capacidade, me ensinou a gostar de novos assuntos e a conectá-los com aqueles dos quais já gostava, me fez querer desistir, me fez varar noites em claro estudando, me obrigou a falar com semidesconhecidos para pegar material de prova. A Engenharia me trouxe novos medos, mas me fez superar inúmeros outros.

 

Concluí a graduação em 2017 ponto dois e, três anos no mercado, algumas anuidades do conselho pagas, uma especialização e um (quase) mestrado depois, ainda não sei se seguirei na área para sempre, não sei se fomos feitas uma para a outra. Com certeza, nos tornamos boas companheiras e, para o bem e para o mal, estão sendo anos inesquecíveis.

 

Até que o futuro seja decidido: parabéns para nós!



@peteriveyphotography

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